segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dois Diálogos, Um Epitáfio e Uma Revelação (Da Promiscuidade entre a Realidade e a Ficção)

- Agora que deixaste a última e única morada que deixaste que te adoptasse, que pretendes fazer da vida?
- Deixo a quem de direito lhe pertence aquilo que a mim não me diz respeito.
-Não te pertence a tua vida?
- Sinceramente, espanta-me que alguma vez tenhas acreditaste que sim. Um bocadinho mais de humildade e sensatez não te haviam de lesar.
- Impossível. És impossível.

Sobre o primeiro dos livros
- Há-de haver aí uma Puta ou duas que ficaram com isso.
- Tu às vezes és de uma agressividade. Anotou.
- Eu? Como assim?
- Puta? Colmatou a anotação, já no preâmbulo ao repreensivo.
- Quando disse “Puta” não me referia a pessoas, mas sim a Vidas.
Assim se engole em seco. Percebeu que o que os outros dizem é mesmo aquilo que eles dizem e não aquilo que nós julgamos que tenham dito.



Epitáfio
Tinha um sorriso tão ensaiado que da rigidez plástica ao rachar-lhe da cara foi um pequeno passo
A causa da sua morte? Porque a falta de autenticidade é letal.



Uma Ilusão Perdida é um Amor Encontrado.



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