sábado, 1 de setembro de 2012

Setembro (O Sétimo)

E assim se começa Setembro, o mês nono mas chamado “sétimo”, rumo ao Equinócio, o dia das noites iguais, ou a noite dos dias iguais, depende de como se queira equacionar.

Será de Outono para quem estiver a Norte
Será de Primavera para quem estiver a Sul
Dependerá somente da escolha sobre onde se queira estar.

E pelo caminho vi que as charnecas continuam a arder
E é fundamental que ardam
Para o campo descampar

No Universo não há bem nem mal. Há forças de criação e de destruição e todos os estados possíveis de (des)equilíbrio entre tais instâncias.

Portanto...
Os dados?
Mas se já são conhecidos os resultados!?
Porquê tanta excitação!?

Venha daí.




Post Scriptum: e ajuntar ao dilema uma deliciosa citação.

Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.

As Intermitência das Morte, José Saramago

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