sábado, 4 de junho de 2011

Tu e Eu, Eu e Tu (Corpo Arco-Íris)

- Não penses tanto, não vale a pena. Disse ela sorrindo silenciosamente. Como podes querer saber acerca de um ‘lugar’ que desconheces porque nunca ‘lá estiveste’?
Uma coruja entoou o seu canto sábio, trazendo poesia e sincronicidade.
- Portanto, resta-te lá chegar, e quando isso acontecer, vais ver que de nada valeu a pena especular, porque o de ti que tentava perceber já não existirá, e terá dado lugar a um novo e mais subtil Ente.
Ele assentiu sem precisar de qualquer tipo de gesto. Limitou-se a inscrever com o dedo um símbolo de Amor nas linhas da mão dela.

Depois deslizou seus dedos por entre os dela, até as mãos se entrecruzarem, deixando guardado entre as palmas o calor das suas Almas Amantes.

Escoltados pelos Seres de Luz, seguiram passeando pelas ruas encantadas de Cíntia, imbuídos do Espírito Nocturno, seus sons, seus suspiros etéreos. Não pronunciaram uma única palavra. Andaram de mãos dadas num silêncio supremamente melódico.

Nessa noite chegaram à sua singela e acolhedora casa. Acenderam velas perfumadas que tingiram o quarto de tons quentes bruxuleantes, e Amaram-se como se não houvesse tempo e espaço.

No dia que amanheceu já não existiam, nunca mais ninguém soube deles. Ter-se-ão transformado num só Arco-íris que poucos conseguirão ver.


(Nú Arco-Íris, Jehoel)

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