sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nada é impossível (Mais)

Memória Descritiva: Como duas Estrelas Gémeas, que numa rota de progressiva aproximação, vão-se tocando até à fusão. Aí dá-se um arrebatamento explosivo, fruto do pináculo da aceleração. Da força do evento gera-se um buraco negro que retrai a si toda a matéria até à ultima partícula, momento em que entra em colapso e cessa. No final fica espaço, vazio.



O calor que invocas trepando por essa dança acima. Teu corpo emprestado, não obstante, é nele que me encaixo, latejante. E polulo contigo nessa oscilação de renuncia ao prazer mundano. Mais do que isso, muito Mais.

A tua pulsação sobe à frente da minha, puxo-te, faço-te descer. Ressentes-te desse ardor provocado nas paredes transbordadas do teu interior. Emanas. De me comprazer deixo escapar e começo a evaporar-me, então travas-me num abraço pélvico, trazes-me de volta a nós. Para seguir e continuar mais.

Ouve-se o teu sangue sobreaquecido cercar em torrentes fervilhantes aquela parte de mim que é um enclave pendular em ti. E é fulgente a linguagem do corpo que envergas pedindo-me que avance mais, e de cada vez que retraio, ainda mais.

E porque abundamos, a Força ascende em uníssono, os portais abrem-se e começamos a jorrar um no outro. É o começo da dissolução. E quando o fluxo se torna irreversível, o movimento excitatório extingue-se, tudo cessa. Consumado está o Êxtase. Acelerando a Dualidade a tal ponto, colapsamos, passamos para o Outro Lado, a Unidade. Para os que ficam deste, está criado um Mito, já não existimos, já não somos mais.



(Depeche Mode, Nothing's Impossible)

Even the stars look brighter tonight
Nothing's impossible
I still believe in love at first sight
Nothing's impossible

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