terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Elementos: Gurus e Tradições Espirituais.

Uma das vias mais seguras de recebermos mensagens importantes passa por escutarmos aquilo que nós próprios dizemos aos outros. Relendo uma carta que escrevia chamou-me a atenção o seguinte excerto:

(…) É também interessante porque ontem fui até à Basílica de Mafra (…), adoro ir àquele lugar, inspira-me. Quanto mais monges indianos e mestres budistas conheço, mais perto me sinto do Cristianismo e de Jesus. Paradoxalmente (ou não), isso desenvolve para um sentimento de que não há gurus nem instituições, mas sim religião (o ‘re – ligare’ do homem com o Deus em si, da mulher com a Deusa em si). Que só há Amor e que é isso que devemos praticar (…).

Lembro-me sempre das palavras de Sua Santidade o Dalai Lama, quando tive o privilégio de o ouvir a escassos metros de mim. “O meu conselho é que se mantenham fiéis à vossa Tradição. Mudanças abruptas são quase sempre acompanhadas de confusão (…) Apesar de ser importante conhecer e até mesmo estudar outras Tradições, façam-no conservando sempre a vossa Tradição de raiz.”

Parece ser mais fácil encontrar o Sagrado partindo de uma Referência. Se já temos essa Referência (Jesus, Buda, Krishna, Shiva, Maomé, etc.), o melhor é não andar a mudá-la porque é a partir daí que daremos o salto seguinte e mais importante: largá-la para encontrar e “agarrar” a Divindade em nós. É como quando a criança passa a andar de bicicleta sem as rodinhas de apoio. Esse é o momento mais importante, ou de outro modo a Referência passa a ser uma prisão, representando o medo de ir além pelo seu próprio pé.

No fundo foi isso que todos esses grandes mestres vieram ensinar: não sigas a mim mas sim ao teu Coração.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Elementos: Serviço

Enfim, há que saber estar na vida... Ando a tentar aprender isso e quando se sentem avanços a Luz torna-se muito mais manifesta. Antes tinha as minhas dúvidas em relação ao Serviço, a ajudar os outros, talvez tivesse um pensamento muito extremado. Hoje em dia sei que Servir é um Estado de Espírito, uma Comunhão. Se desde o primeiro momento em que acordares até ao momento em que te deitares, pensares que cada passo teu é dedicado ao bem de todos os seres, se nesse processo fores fiel em relação à tua Alma, ao teu Coração, ao teu Íntimo, então isso é Servir. Ou seja, não tens necessariamente que fazer voluntariado num ermo qualquer onde às vezes as pessoas nem sabem valorizar a tua presença, não tens que viver em função dos outros, muito pelo contrário, tudo começa em Ti e só em Ti.

Serves quanto Te Amas, quando te comprometes a Crescer até seres Pura Luz e então partilhas. Serves quando te libertas de culpas e preconceitos que nem sequer existem e te permites à auto-descoberta. Serves quando dás o passo de ir além dos dogmas, aceitas a Verdade que vive em ti, e vives de acordo com essa Lei. Serves quando aceitas viver o Presente e só o Presente. Serves quando tens a coragem para aceitar que és Deus.