quinta-feira, 27 de novembro de 2008

“Ex-Factor”

Sobre o que passou, simplesmente porque tenho vontade de escrever
Sobre imagens que revivi
Lendo poemas de alguém que sabe tanto quanto sei, isso eu entendi,
Sobre o que é ter que deixar perecer, para se continuar o que simplesmente deve ser continuado, e que se chama Viver…

Dizia ela, “arranho-te”
Respondia eu, “mordo-te”
Assim seja
Engalfinhados, envolvidos, ardentemente misturados, lutávamos…
Ahhhhh!... Arrepio… Suave e electrizante Estremecimento…
Tanto ressentimento fora essa nossa redefinição do que é amar
Que nos amámos para além do próprio Amar
Foi então, e só aí, que nos tornámos o Mar…
E como nos Amámos
Como nos Amamos
Sem contemplações
Como dois corpos
Animados por duas Almas que se sorvem
Ensaiando a Unidade
Até à Fusão Consumada
Aquela que aguarda
Que continua aguardando
Nossa reconciliação

(Se choro?... Queres mesmo saber?...)

E fará sentido, os arranhões?
E fará sentido, as mordidelas?
Qual o sentido de termos os corpos separados
Sabendo que Almas somos Uma?

(Se choras? Quererei eu disso saber?...)

Vem
Que estou indo, também
Cabe aos dois
Fazer esse caminho
Levar os nossos corpos
Até junto de nossas Almas Uma
Ou não fosse esse seu Lugar

(Um sorriso para selar.)

Sobre o que passou, sem querer de maneira alguma voltar atrás
Não, não é orgulho, é saber viver depois do Renascer
Sobre o que passou
Só porque um amigo me lembrou
O que provavelmente tinha que ser lembrado
Sobre o que passou
Só porque tive vontade de o descrever, escrever


1 comentário:

Gustavo Jaime disse...

Palavras sábias, palavras sensoriais, palavras mágicas, palavras transcendentais... tuas palavras erguem edificações poéticas, meu caro, tijolo por tijolo, verso por verso, emoção por emoção.

É nossa sina, mais que função ou desejo, expor o que nos inquieta e nos torna vulneráveis por natureza. Assim é que a gente se aproxima do Renascer diário.

Pensas que te motivei a algo? Foi o contrário, a partir daquela pergunta que me fizeste e ecoou em minha mente: Qual será a vulnerabilidade do poeta? A "nossa" vulnerabilidade, modéstia a parte. Total e, diria mais, imprescindível. Ela é que nos faz tocar a vida.